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17.5.06

Alhadas doutros tempos

Em comentário ao texto "Internet dó!", expressava o Sr. Miguel Mouro a sua surpresa por este Blog versar "assuntos tão interessantes como a nossa origem histórica".
Impõe-se aqui uma pequena mas substancial correcção.
Através do referido texto, limitei-me simplesmente a anotar aquilo que me parece incorrecto em certas abordagens ao passado de Alhadas.
Se fosse minha intenção perscrutar as "origens históricas" de Alhadas, com toda a certeza não o faria através da enumeração de uns quantos factos, mais ou menos históricos, sem proceder à contextualização dos mesmos, enquadrando-os no espaço e no tempo. Como é evidente, a história, sobremaneira a de âmbito local, não pode prescindir do estudo da relação entre os homens e o espaço que os rodeia.
Sob tal ponto de vista, escusado será referir que resultaria trabalhosa a abordagem histórica de Alhadas, tanto mais que estamos a falar de uma unidade colectiva perfeitamente individualizada desde tempos medievos, facto indiscutível apesar da escassez de fontes escritas para o período em consideração. Fontes que, assinale-se, quanto mais se recua no tempo menos informações expressas fornecem.
Não devemos esquecer que na Idade Média a escrita é apanágio de uma minoria de letrados, ao serviço do rei ou das grandes instituições eclesiásticas, os mesmos que a produziam e conservavam para fazer valer os seus direitos. Não surpreende, pois, que o grosso da documentação medieval seja de natureza essencialmente político-administrativa: cadastros de propriedades, listas de instituições tributáveis, contratos de exploração agrária, testamentos ou actas de processos julgados em tribunais (leigos ou eclesiásticos), etc.
Em suma, para tentar esclarecer o passado mais profundo de uma comunidade rural medieva, teremos de partir de uma memória escrita ligada aos interesses dos grupos privilegiados e suscitada, em alguns casos, por acontecimentos excepcionais como queixas contra o atropelo de posições usurpadas ou denúncias de violações às normas reguladoras da vida político-económica.
A natureza de tal documentação lança, pois, uma grande escuridão sobre a vivência social dos habitantes dessas aldeias sem memória escrita.
Perante o quadro exposto, não surpreende que a generalidade das abordagens monográficas, sobretudo quando se referem ao período medieval, pouco mais façam do que discorrer sobre hipotéticas origens toponímicas, e ainda assim optando pelo lendário em detrimento do toponímico propriamente dito.
Voltarei a este assunto... se até lá não for demitido pela incapacidade de angariar leitores para o Blog.

9 comentários:

Anónimo disse...

É sempre bom saber mais. Eu digo não à demissão

Anónimo disse...

Nos tempos que correm e a avaliar pela quantidade de hereges que militam neste blog, a Santa Inquisição não só teria posto as Alhadas no mais alto patamar de prioridades como os registos sobre as mesmas teriam levado á construção de mais duas Torres do Tombo.

Anónimo disse...

Em primeiro lugar quem tem problemas com heresias nem devia andar na net. Em segundo lugar as Santas Torres da Inquisição já Tombaram à muito... E o mais importante é que alguém se importa com o esclarecimento e divulgação da história da nossa terra. Força Pedreiro

Anónimo disse...

Que se foda a divulgação da nossa terra

Anónimo disse...

Cara de peido!

Anónimo disse...

Ó rapaziada, sejam amigos, caralho!

Anónimo disse...

Eu bem tento sr. padre, eu bem tento

Anónimo disse...

Pensareis vós que as Santas Torres da Inquisição são alguma equipa de basquetebol do Vaticano?

Anónimo disse...

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