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27.11.07

E porque...

... existem dias assim… simplesmente apetece-me gritar com todos… Dizer todos os palavrões que me vêm à cabeça…

23.11.07

AMARGURA

fugia da vida,
perdida numa densa bruma
que se entranhava na alma,
numa solidão profunda.
saio atrás dela,
tento chamá-la á razão,
grito bem alto mas não,
não a ouço,
muito menos a vejo,
e, nesse silencio ensurdecedor
grito ainda mais alto;
e no meio da bruma
ouço um lamento,
seguido de um grito de horror,
corro,
e num beco sangrento,
no fundo da rua,
vou encontrá-la no chão,
nua;
toda ela é dor,
dor profunda e crua;
e num ultimo sopro de vida,
ela grita,
acabou,
porquê?
quando podia ser tão bonita.
puta de vida.

20.11.07

M A R vivo para finalizar

UM BEIJO DE TERNURA

Límpida, serena, suave, deslumbrante
- a água que corre no rio.
Desflorei-a com um beijo de ternura.


MAR

Fim (acho eu)

M A R vivo

Não tinha reparado. Também este poema mereceu no tal concurso de que falei anteriormente uma menção honrosa.




PROCURO-TE

Cruzeiros na noite. Procuro-te ensanguentado.
Onde te encontrarei não interessa.
Só sei que nasci filho das florestas.

Raios da madrugada. Procuro-te na solidão.
Que encontrarei ninguém sabe.
Só sei que tenho a alma fria das giestas.

Luzes da manhã. Procuro-te num buraco fundo.
Quem encontrarei não interessa.
Só sei que fugi à procura dos teus caminhos.

Andorinhas da tarde. Procuro-te em sonhos ensombrados.
Porque te encontrei ninguém sabe.
Só sei que permaneci na solidão do esquecimento.


MAR

16.11.07

M A R vivo

É SEMPRE TEMPO

Como se fosse tempo de viver
abrir as estrelas
nos olhos
cada vez mais longe, mais longe

Como se fosse tempo de amar
nas esquinas das ruas
os corpos
sem almas nem remorsos

Como se fosse tempo de algemar
de sóis o meu corpo
com seios de veludo
e ternura nas algibeiras

Neste tempo
como se fosse tempo de viver
é sempre tempo de morrer


MAR

Blog da tanga

Isto é que está aqui um blog de merda.

11 – onzeonze postadores e no fundo o único bloguista que nunca postou nada, acaba por ser aquele que involuntariamente, salva a honra do convento. MAR, no momento e por coincidência, a fazer barcos.

E foda-se!

M A R vivo

PÔE O TEU VESTIDO AZUL


Põe o teu vestido azul,
(Põe-te de vapor que foste tanto tempo,
Hoje somos anos de assiduidade mútua,
De toda a mesma hora os dentes por lavar,
És o que qualquer é continuamente a par do que se passa a dois,
E eu gosto do banho da manhã depois de teres saído
A fim do regozijo a só que o teu enfada já.)
Põe o teu vestido azul.

MAR

15.11.07

M A R vivo

PREITO

Deu-me uma vontade de lhe abrir
as pernas até rasgar onde já são
abertas, embora pouco. Tão desenhada,
tão moderada naquilo que é
medida certa, é um atentar à força
dos meus braços. A insolência que
sou nu minado de tanta beleza basta!
mais esta incerteza de não tomar
o melhor aspecto o meu maior vigor.
Tenho o seu sorriso sob o alastramento
dos meus pelos, esborracho-lhe o
nariz de encontro, com seios altivos
embora rasos vira-se
contrasta a enormidade que sou
no momento. Pego-lhe nos rins
cavados de ouro de praia, vergo,
desce, não pode mais,
dou por mim na brutidão quase jura
que não. É natural um terramoto
de sonho, assim, tal como quando dei
por ela no café, mas não, perfeita
sempre à mesma, três ângulos de
irrisórios pelos, passo a língua, não
há sulco ou saliência não
prevista, não há nódoa que encontre
e desassombre o riso. Mas é
mulher que tenho a abrir-me as
pernas comummente, e tanto faz como
fez entendo o plural que sou,
eu, outro qualquer, mas quero agora
que se não sou eu a arrebatá-la por
mim aqui sobre ela ninguém mais
será terá o meu lugar, e nisto
arrepanha-se-me a pele de delírio e
sou aos poucos menos eficaz
de força que contive no
impasse da veneração. Por ora
subsiste apenas o seu cheiro de
paris e de folia sujeitado pouco
tempo, que o muito é minha conta só
e basta.

MAR

14.11.07

M A R vivo

FOLHETIM

Era a hora do meu café no Central,
passa-se à rua tal
tem-se a diligência no aspecto do transito,
tipo “vamos caçar pernas, amigo,
peões vermelhos, olha o perigo”,
ou o pragmático “filho da mãe”.
É uma alegoria até chegar ao meu Café,
ou faz de carro que tem,
(na verdade inda nem pagou as prestações).
No meio desses fanfarrões,
à hora tal,
saio e contrato os meus sentidos emigrados.
Está uma sujeira real
no lado de lá da rua
uii um louvor de tão crua,
um raio duma maneira de ser vista e se vestir.
Imediato:
transito na ronha sem vontade d’ir,
os sinais ficam de todas as cores,
pois fiquem meus estupores,
eu é que desato na calçada.
Bamboleava-se a medida do que já eram
medidas certas e em pleno centro lisboeta
de casas obsoletas
era dançar na corda bamba.
A melena era uma frivolidade,
louro platinado ornamental,
de longe fazia lembrar um dedal.
De perto perdi o sangue,
a ruína da véspera, esqueceu que também
tinha raízes e
o toucado não nascia dourado.
Fosse como fosse o resto era bagagem,
e varizes não trazia no milagre sobre que andava
(doze altíssimos centímetros), que vertigem.
Vou agonizar o café que não bebi,
mas vou até onde esta ave vai. Se não voar.
Irracional. O móbil da impudência
eram os trinta e oito ao peito,
sem renunciar a vista aberta.
Afundei-me na linha das costas e
subi a respirar aos ombros,
quase que desci a escadaria aos tombos.
Vou-me distraindo. Se me leva
para a sapataria pincca desmoralizo,
(mesmo assim não êxito em seguir o mesmo piso)
mas não, rematou à perfumaria yves qualquer coisa.
Óptimo. Apraz saber que há ainda quem rescenda,
Talvez venha a oferecer-lhe uma odorosa prenda.
Há por aqui algum café bem forte?
Não, mas há um Café. É um bem forte, por favor.
Meia hora de vigília, é de mais,
deseja mais alguma coisa, meu senhor?
Pois sim, mais um café dos tais,
isto de esperar faz-me um torpor!
Eis que enquanto fumegante a minha
escura bebida, vejo chegar um vistoso
Jaguar e ocupar lugar onde não podia estacionar.
Sou imediatamente arremessado à
discrição de mencionar nomes e aparências,
pois ali estava um sujeito com ar de
grande líder de assuntos de Estado.
Olá…Onde vai meter o nariz este marmanjo?
Que eu vontade não tenho de descurar o
meu anjo perfumado, mas se for em prol
do povo, pois sim, o grande c. entrou na yves
e ao meu sétimo café (que o sétimo céu
renuncio a perder), dirijo-me para lá.
No último golo.


MAR

M A R vivo

DEVIA SER

Morrer
devia ser
uma cantiga
de esperança
em cada olhar…

Morrer
devia ser
uma pomba branca
voando
nos passos do céu…

Morrer
devia ser
poisar a cabeça
na lua
e adormecer…

Morrer
devia ser assim…

MAR

M A R vivo

SIMPLICIDADE

…e o pássaro
morto de vontade, caiu.

Nem cornetas
tocaram
nem sinos
se ouviram

Na memória
da Lua
rosas brancas
choraram.

MAR

M A R vivo

RENASCER

Naquela casa
enterrei o ódio
tranquei a raiva
afoguei o desespero
esmaguei o orgulho.

Agora todas as árvores
nascem com folhas verdes
e gritos de ódio enforcados.

MAR

13.11.07

M A R vivo

A tipa veio por mim abaixo, só
cabeça do meu ângulo estonteante,
e sangue que acorria e se esgotava
noutros sítios, precisamente
obstinado onde a boca era perfeita,
onde estava apontado aquilo que
tinha e me sobrava. Fosse demais,
fosse porque não podia ser tão
veemente, parei, usei as mãos a
machucar a arrogância, era como quando
era puto em frente a uma latrina,
e aconteceu ficar no gume preso
por um fio que desprendeu, restava
ao meu excesso apontaria, e a tipa
abre-me a boca. No ponto.


MAR

12.11.07

M A R vivo

Mais uma vez o cumprido e o devido, tudo isso e etc.

Aí estão os dois poemas que vos prometi no dia 31 de Out. Desfrutem-nos!. Vêm aí mais. Não sei é o dia e a hora. Muito menos o minuto ou o segundo.

M A R vivo

LÁGRIMA

Lágrima
Gota de orvalho. No canto do olho caída.
Vontade sofrida!

Do interior saem jorros.
Desta lava inconsistente.
Alguém a sente!

Rolando vem.
Pelo rosto fora.
Sem espinhos. Sem esporos!


MAR

M A R vivo

Não é verdade que não há longe.
Existe ao menos a morte
para o sossego das armas.
As palavras tornam-se finais
como se a luta se tornasse mágoa.
E restam as lágrimas
as lágrimas fundamentais
as que correm no interior do alento
e o fazem fútil.
Isto não é incompreensível
mas não será a dor
a romper as fronteiras do fim sem regresso.
Ao contrário
a dor, inexplicavelmente,
reconstrói o desejo de uma música soturna
um bailado torcido
num apagado cais qualquer
onde se aportou talvez
o medo.
Pelos mesmos motivos
e também inexplicavelmente
desejamos profundo o negativo
numa procura de olhos
dolorosamente acesos
em que o sofrer se revive
e talvez excite.
E não seremos sozinhos
neste pequeno universo.


MAR

5.11.07


Vejam lá se compram esta merda de uma vez por todas.

1.11.07

Os reporteres do diario As Beiras andaram a passear pelo molhe norte na companhia de ilustres convivas entre os quais constava o senhor deputado pela assembleia da republica Dr. João Portugal, que, perdendo um momento do seu valioso tempo teve a oportunidade de nos elucidar o porquê de ser deputado.
“todo o investimento levado a efeito pelo governo socialista prova a viabilidade do porto" - diz o senhor.

Eu pensava que o investimento nos molhes teria em vista a melhoria das condições de navegabilidade na foz do rio e maior proteção dos navios atracados no cais comercial, melhorias e proteção essas que iriam beneficiar o trafego maritimo, quer a nivel de navios comerciais, quer a nivel de barcos de pesca, provendo a cidade da Figueira da Foz com uma alternativa viável ao escoamento do que se produz na região.

Erro meu, afinal nada disto interessa, importam sim os feitos do desgoverno socialista.