A propósito do post “O capitalismo no seu melhor” e do comentário do Anonymous, gostaria de tecer alguns considerandos.
Nem toda a gente que está dentro é filho da perfídia e dos maus instintos. Na sociedade em que vivemos é cada vez maior o apelo desenfreado ao consumismo. E todos nos achamos no direito disso mesmo, consumir tudo e muito. E aqueles de nós que desdenhamos desse fado somos considerados idiotas. E estou-me a desviar do assunto.
Todos nos achamos no direito de consumir, dizia eu, e pessoalmente concordo. Se o meu vizinho que trabalha sete ou oito horas por dia tem direito a comprar um jipe para ele, eu que trabalho as mesmas horas acho-me no direito de comprar um jipe para mim. A mais elementar democracia. Todavia não posso porque o meu salário fica muito aquém do salário do meu vizinho. Acabou a puta da democracia elementar.
A maior parte de nós somos acomodados. Encaramos o destino com submissão. Libertamo-nos insultando os políticos e outras autoridades mais ou menos anonimamente, e porque temos p`rá bucha damo-nos por felizes. No fundo, tivemos a nossa oportunidade de merda na merda da democracia e agarrámo-la.
Muitos não têm oportunidades. E são explorados pela catrefada de empresários sem escrúpulos ganhando p`rá mal amanhada bucha. Outros nem oportunidade de ser explorados têm. Outros ainda, recusam a treta da oportunidade porque ela não lhes dá para o jipe.
No meio disto tudo, muitos destes outros, enveredam pela carreira criminosa. Vai p`rá cadeia. E lá, a ver o sol aos quadradinhos, procura o empresário que lhe ficou com meses de salário miserável, procura o advogado manhoso que lhe fodeu o resto dos tostões com a promessa de o ressarcir da dívida do empresário. E outros, muitos outros.
Anonymous
À pouco tempo um amigo em conversa comigo (falava-mos do flagelo das ditas drogas pesadas), dava a entender que não tinha intenções de se meter nisso. Mas acrescentava conscientemente “não sou imune”.
Nem toda a gente que está dentro é filho da perfídia e dos maus instintos. Na sociedade em que vivemos é cada vez maior o apelo desenfreado ao consumismo. E todos nos achamos no direito disso mesmo, consumir tudo e muito. E aqueles de nós que desdenhamos desse fado somos considerados idiotas. E estou-me a desviar do assunto.
Todos nos achamos no direito de consumir, dizia eu, e pessoalmente concordo. Se o meu vizinho que trabalha sete ou oito horas por dia tem direito a comprar um jipe para ele, eu que trabalho as mesmas horas acho-me no direito de comprar um jipe para mim. A mais elementar democracia. Todavia não posso porque o meu salário fica muito aquém do salário do meu vizinho. Acabou a puta da democracia elementar.
A maior parte de nós somos acomodados. Encaramos o destino com submissão. Libertamo-nos insultando os políticos e outras autoridades mais ou menos anonimamente, e porque temos p`rá bucha damo-nos por felizes. No fundo, tivemos a nossa oportunidade de merda na merda da democracia e agarrámo-la.
Muitos não têm oportunidades. E são explorados pela catrefada de empresários sem escrúpulos ganhando p`rá mal amanhada bucha. Outros nem oportunidade de ser explorados têm. Outros ainda, recusam a treta da oportunidade porque ela não lhes dá para o jipe.
No meio disto tudo, muitos destes outros, enveredam pela carreira criminosa. Vai p`rá cadeia. E lá, a ver o sol aos quadradinhos, procura o empresário que lhe ficou com meses de salário miserável, procura o advogado manhoso que lhe fodeu o resto dos tostões com a promessa de o ressarcir da dívida do empresário. E outros, muitos outros.
Anonymous
À pouco tempo um amigo em conversa comigo (falava-mos do flagelo das ditas drogas pesadas), dava a entender que não tinha intenções de se meter nisso. Mas acrescentava conscientemente “não sou imune”.
5 comentários:
essa do jipe faz-me lembrar o que considero a estupidez humana no seu melhor, que consiste em preocupar-se mais com a imagem que dá para o exterior do que cultivar o desenvolvimento do próprio interior
É um exemplo, ó bortoeja!
de que drogas pesadas estão a falar?
televisão, religião...?
Giro. É essa mentalidade que está a levar os portugueses para onde estão. Viver fora das capacidades financeiras, recorrer ao crédito fácil par comprar algo apenas porque o vizinho comprou. Isto não e, como diz, consumismo. Tem um nome mais feio: inveja, para não dizer "dor de cotovelo" ou pior ainda "dor de corno". Enveredar pelo crime porque não tem condições? Nããaa. Já dizia o meu velho: pobre, mas honesto. Já agora, se não tem (como eu) dinheiro para comprar um jipe faça as contas a quanto é que ganha à hora. E não tem, de certeza, "cama, mesa e roupa lavada". Se efectuar as "respectivas" deduções é capaz de chegar à conclusão que o "presidiário explorado" ganha mais que o meu amigo. Ou melhor, uma mulher a dias ganha 5/6 euros hora, certo? Paga impostos, certo? Tem de comprar comer, certo?, tem de se vestir, certo? tem... de comprar tudo. Fazendo as respectivas deduções quanto ganha uma "mulher a dias"? bem menos que um "presidiário explorado". Este ganha, como diz 3€ e qualquer coisa, volta "para casa", tem o comer na mesa, não tem de se preocupar com a conta da água, da luz e do gás. Paga a sua dívida à sociedade e ainda ganha qualquer coisa. Bem melhor do estar o dia inteiro a coçar a barriga, sair sem um "tusto" e, à custa disso, assaltar o 1º supermercado que lhe apareça à frente e "ganhar" novamente, cama, mesa e roupa lavada. Mas enfim, acabe-se com a exploração, com os programas de reabilitação e atiremos com o pessoal às feras, gritando o slogan "Abaixo o Capitalismo". Por falar nisso, os "maiores" que gritam "Abaixo o Capitalismo" possuem (provado e do conhecimento público) herdades, quintas, caroço, pilim, cacau, arame, tutu e outras regalias compatíveis apenas com o capitalismo e não dividem nada com ninguém. Expoente máximo? Fidel Castro - o 17º Governante mais rico do Mundo - lol
o anónimo, deves ser daqueles que gostavam de ressuscitar o Salazar, e achas que os prisioneiros devem perder os direitos humanos
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