De novo a lassidão
o tormento do vazio
a encruzilhada e a sombra
da árvore
venenosa
Se é angústia onde está a dor?
Se não é cansaço porque não descanso?
Ou estarei apenas perdido de mim?
O sentido do mundo é não fazer sentido
A dissolução em vagas engole o que resta
da humanidade e da vida
E continuamos a rir de quê,
a acreditar em quê
que temos nós para cantar?
A perfídia, a injustiça, a ignomínia,
a ganância, o despotismo, a moderna escravatura
a antiga e a de sempre?
Cantamos o quê, o medo, o terror, a miséria
a fome, a doença e quem julgas que se ri disto tudo,
viva então a hipocrisia, a mentira e a alienação,
a comida de plástico e as siliconomanias, vivam
os carteis da droga e os senhores da guerra, viva
a bomba atómica e o antrax, o dêdetê e o napalm,
Cantemos as delícias de ficar desempregado e cravado
de dívidas para o resto da vida, cantemos irmãos
a sagrada dádiva de andarmos mortos toda a vida
E então a cantar
3 comentários:
Adorei. Podes continuar. Quando for rica mando publicar os teus poemas. És um gajo sensível! Nunca me enganaste.
Palmas Sr. MAR. Grande reflexão sobre a vida e o rumo que ela vai levando.
Tá tudo fodido no é M.A.R.!?.
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