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27.12.07

Boas Festas

Após a ausência prolongada de parte do nosso staff, decidimos que era agora tempo de fazer a tão badalada reunião. Decidimos o título, como podem ver, e definimos as linhas mestras que orientarão este blog de hoje em diante.
O espírito do ecos, que alguém comentou que se teria perdido, sempre esteve e estará presente, no que diz respeito à liberdade de opinião de cada um que tenha algo para dizer, sobre o que quer seja que lhe vá na alma. Boa ou má (a opinião), de encontro aos nossos ideais, ou não, nunca foi filtrado ou omitido o que quer que fosse dos escritos de cada um. Nem mesmo aqueles que se dirigem às mães dos comentadores ou dos postadores...
Cabe a cada um de nós, transmitir para o exterior (da nossa terrinha) a melhor imagem possível do local que nos viu crescer, sem deixar de dizer as coisas, e sem deixar de ter a opinião que se quiser das coisas. No entanto, o que se tem verificado é que as opiniões e o salutar confronto entre elas, simplesmente não existe. Têm existido comentadores que recorrem apenas ao "karaté" verbal, como solução para imporem os seus ideais, os seus valores, os seus projectos de vida. Tais comentadores provocam a inercia mental suficiente para associar a terrinha a meia dúzia de anormais sem poder de expressão, que usam e abusam da violência verbal como se de um mandamento da lei de deus se tratasse.
Venho então, em nome do grupo, pedir-vos: Se não têm nada para dizer, nada para expressar, se o conteúdo das vossas opiniões é apenas para ofender as nossas mães, não escrevam nada.

Boas Festas a todos.

13.12.07

Venho interromper a minha abstinência "postageira" para deixar um grande bem-haja ao Papa Hipócritas, o grande promotor da onda que levou a que se voltasse a fazer luz em casa do MAR!
Já serviu para alguma coisa, a porra do "blog"...

11.12.07

15 dias...

... desde a última publicação... o que se passa??!!!

27.11.07

E porque...

... existem dias assim… simplesmente apetece-me gritar com todos… Dizer todos os palavrões que me vêm à cabeça…

23.11.07

AMARGURA

fugia da vida,
perdida numa densa bruma
que se entranhava na alma,
numa solidão profunda.
saio atrás dela,
tento chamá-la á razão,
grito bem alto mas não,
não a ouço,
muito menos a vejo,
e, nesse silencio ensurdecedor
grito ainda mais alto;
e no meio da bruma
ouço um lamento,
seguido de um grito de horror,
corro,
e num beco sangrento,
no fundo da rua,
vou encontrá-la no chão,
nua;
toda ela é dor,
dor profunda e crua;
e num ultimo sopro de vida,
ela grita,
acabou,
porquê?
quando podia ser tão bonita.
puta de vida.

20.11.07

M A R vivo para finalizar

UM BEIJO DE TERNURA

Límpida, serena, suave, deslumbrante
- a água que corre no rio.
Desflorei-a com um beijo de ternura.


MAR

Fim (acho eu)

M A R vivo

Não tinha reparado. Também este poema mereceu no tal concurso de que falei anteriormente uma menção honrosa.




PROCURO-TE

Cruzeiros na noite. Procuro-te ensanguentado.
Onde te encontrarei não interessa.
Só sei que nasci filho das florestas.

Raios da madrugada. Procuro-te na solidão.
Que encontrarei ninguém sabe.
Só sei que tenho a alma fria das giestas.

Luzes da manhã. Procuro-te num buraco fundo.
Quem encontrarei não interessa.
Só sei que fugi à procura dos teus caminhos.

Andorinhas da tarde. Procuro-te em sonhos ensombrados.
Porque te encontrei ninguém sabe.
Só sei que permaneci na solidão do esquecimento.


MAR

16.11.07

M A R vivo

É SEMPRE TEMPO

Como se fosse tempo de viver
abrir as estrelas
nos olhos
cada vez mais longe, mais longe

Como se fosse tempo de amar
nas esquinas das ruas
os corpos
sem almas nem remorsos

Como se fosse tempo de algemar
de sóis o meu corpo
com seios de veludo
e ternura nas algibeiras

Neste tempo
como se fosse tempo de viver
é sempre tempo de morrer


MAR

Blog da tanga

Isto é que está aqui um blog de merda.

11 – onzeonze postadores e no fundo o único bloguista que nunca postou nada, acaba por ser aquele que involuntariamente, salva a honra do convento. MAR, no momento e por coincidência, a fazer barcos.

E foda-se!

M A R vivo

PÔE O TEU VESTIDO AZUL


Põe o teu vestido azul,
(Põe-te de vapor que foste tanto tempo,
Hoje somos anos de assiduidade mútua,
De toda a mesma hora os dentes por lavar,
És o que qualquer é continuamente a par do que se passa a dois,
E eu gosto do banho da manhã depois de teres saído
A fim do regozijo a só que o teu enfada já.)
Põe o teu vestido azul.

MAR

15.11.07

M A R vivo

PREITO

Deu-me uma vontade de lhe abrir
as pernas até rasgar onde já são
abertas, embora pouco. Tão desenhada,
tão moderada naquilo que é
medida certa, é um atentar à força
dos meus braços. A insolência que
sou nu minado de tanta beleza basta!
mais esta incerteza de não tomar
o melhor aspecto o meu maior vigor.
Tenho o seu sorriso sob o alastramento
dos meus pelos, esborracho-lhe o
nariz de encontro, com seios altivos
embora rasos vira-se
contrasta a enormidade que sou
no momento. Pego-lhe nos rins
cavados de ouro de praia, vergo,
desce, não pode mais,
dou por mim na brutidão quase jura
que não. É natural um terramoto
de sonho, assim, tal como quando dei
por ela no café, mas não, perfeita
sempre à mesma, três ângulos de
irrisórios pelos, passo a língua, não
há sulco ou saliência não
prevista, não há nódoa que encontre
e desassombre o riso. Mas é
mulher que tenho a abrir-me as
pernas comummente, e tanto faz como
fez entendo o plural que sou,
eu, outro qualquer, mas quero agora
que se não sou eu a arrebatá-la por
mim aqui sobre ela ninguém mais
será terá o meu lugar, e nisto
arrepanha-se-me a pele de delírio e
sou aos poucos menos eficaz
de força que contive no
impasse da veneração. Por ora
subsiste apenas o seu cheiro de
paris e de folia sujeitado pouco
tempo, que o muito é minha conta só
e basta.

MAR

14.11.07

M A R vivo

FOLHETIM

Era a hora do meu café no Central,
passa-se à rua tal
tem-se a diligência no aspecto do transito,
tipo “vamos caçar pernas, amigo,
peões vermelhos, olha o perigo”,
ou o pragmático “filho da mãe”.
É uma alegoria até chegar ao meu Café,
ou faz de carro que tem,
(na verdade inda nem pagou as prestações).
No meio desses fanfarrões,
à hora tal,
saio e contrato os meus sentidos emigrados.
Está uma sujeira real
no lado de lá da rua
uii um louvor de tão crua,
um raio duma maneira de ser vista e se vestir.
Imediato:
transito na ronha sem vontade d’ir,
os sinais ficam de todas as cores,
pois fiquem meus estupores,
eu é que desato na calçada.
Bamboleava-se a medida do que já eram
medidas certas e em pleno centro lisboeta
de casas obsoletas
era dançar na corda bamba.
A melena era uma frivolidade,
louro platinado ornamental,
de longe fazia lembrar um dedal.
De perto perdi o sangue,
a ruína da véspera, esqueceu que também
tinha raízes e
o toucado não nascia dourado.
Fosse como fosse o resto era bagagem,
e varizes não trazia no milagre sobre que andava
(doze altíssimos centímetros), que vertigem.
Vou agonizar o café que não bebi,
mas vou até onde esta ave vai. Se não voar.
Irracional. O móbil da impudência
eram os trinta e oito ao peito,
sem renunciar a vista aberta.
Afundei-me na linha das costas e
subi a respirar aos ombros,
quase que desci a escadaria aos tombos.
Vou-me distraindo. Se me leva
para a sapataria pincca desmoralizo,
(mesmo assim não êxito em seguir o mesmo piso)
mas não, rematou à perfumaria yves qualquer coisa.
Óptimo. Apraz saber que há ainda quem rescenda,
Talvez venha a oferecer-lhe uma odorosa prenda.
Há por aqui algum café bem forte?
Não, mas há um Café. É um bem forte, por favor.
Meia hora de vigília, é de mais,
deseja mais alguma coisa, meu senhor?
Pois sim, mais um café dos tais,
isto de esperar faz-me um torpor!
Eis que enquanto fumegante a minha
escura bebida, vejo chegar um vistoso
Jaguar e ocupar lugar onde não podia estacionar.
Sou imediatamente arremessado à
discrição de mencionar nomes e aparências,
pois ali estava um sujeito com ar de
grande líder de assuntos de Estado.
Olá…Onde vai meter o nariz este marmanjo?
Que eu vontade não tenho de descurar o
meu anjo perfumado, mas se for em prol
do povo, pois sim, o grande c. entrou na yves
e ao meu sétimo café (que o sétimo céu
renuncio a perder), dirijo-me para lá.
No último golo.


MAR

M A R vivo

DEVIA SER

Morrer
devia ser
uma cantiga
de esperança
em cada olhar…

Morrer
devia ser
uma pomba branca
voando
nos passos do céu…

Morrer
devia ser
poisar a cabeça
na lua
e adormecer…

Morrer
devia ser assim…

MAR

M A R vivo

SIMPLICIDADE

…e o pássaro
morto de vontade, caiu.

Nem cornetas
tocaram
nem sinos
se ouviram

Na memória
da Lua
rosas brancas
choraram.

MAR

M A R vivo

RENASCER

Naquela casa
enterrei o ódio
tranquei a raiva
afoguei o desespero
esmaguei o orgulho.

Agora todas as árvores
nascem com folhas verdes
e gritos de ódio enforcados.

MAR

13.11.07

M A R vivo

A tipa veio por mim abaixo, só
cabeça do meu ângulo estonteante,
e sangue que acorria e se esgotava
noutros sítios, precisamente
obstinado onde a boca era perfeita,
onde estava apontado aquilo que
tinha e me sobrava. Fosse demais,
fosse porque não podia ser tão
veemente, parei, usei as mãos a
machucar a arrogância, era como quando
era puto em frente a uma latrina,
e aconteceu ficar no gume preso
por um fio que desprendeu, restava
ao meu excesso apontaria, e a tipa
abre-me a boca. No ponto.


MAR

12.11.07

M A R vivo

Mais uma vez o cumprido e o devido, tudo isso e etc.

Aí estão os dois poemas que vos prometi no dia 31 de Out. Desfrutem-nos!. Vêm aí mais. Não sei é o dia e a hora. Muito menos o minuto ou o segundo.

M A R vivo

LÁGRIMA

Lágrima
Gota de orvalho. No canto do olho caída.
Vontade sofrida!

Do interior saem jorros.
Desta lava inconsistente.
Alguém a sente!

Rolando vem.
Pelo rosto fora.
Sem espinhos. Sem esporos!


MAR

M A R vivo

Não é verdade que não há longe.
Existe ao menos a morte
para o sossego das armas.
As palavras tornam-se finais
como se a luta se tornasse mágoa.
E restam as lágrimas
as lágrimas fundamentais
as que correm no interior do alento
e o fazem fútil.
Isto não é incompreensível
mas não será a dor
a romper as fronteiras do fim sem regresso.
Ao contrário
a dor, inexplicavelmente,
reconstrói o desejo de uma música soturna
um bailado torcido
num apagado cais qualquer
onde se aportou talvez
o medo.
Pelos mesmos motivos
e também inexplicavelmente
desejamos profundo o negativo
numa procura de olhos
dolorosamente acesos
em que o sofrer se revive
e talvez excite.
E não seremos sozinhos
neste pequeno universo.


MAR

5.11.07


Vejam lá se compram esta merda de uma vez por todas.

1.11.07

Os reporteres do diario As Beiras andaram a passear pelo molhe norte na companhia de ilustres convivas entre os quais constava o senhor deputado pela assembleia da republica Dr. João Portugal, que, perdendo um momento do seu valioso tempo teve a oportunidade de nos elucidar o porquê de ser deputado.
“todo o investimento levado a efeito pelo governo socialista prova a viabilidade do porto" - diz o senhor.

Eu pensava que o investimento nos molhes teria em vista a melhoria das condições de navegabilidade na foz do rio e maior proteção dos navios atracados no cais comercial, melhorias e proteção essas que iriam beneficiar o trafego maritimo, quer a nivel de navios comerciais, quer a nivel de barcos de pesca, provendo a cidade da Figueira da Foz com uma alternativa viável ao escoamento do que se produz na região.

Erro meu, afinal nada disto interessa, importam sim os feitos do desgoverno socialista.

31.10.07

M A R letárgico

As últimas dezassete postagens minhas correspondem ao Novo Livro do’estruidor, obra do MAR.

Peço desculpa ao homem por qualquer infidelidade que possa ter cometido. Suponho não existir. Mas….

Agora faço um pequeno interregno. Oportunamente apresento-vos mais umas pérolas do rapaz. A primeira - sem nome, e a segunda – “Lágrima”, são parte de um lote de poemas apresentados em concurso na universidade de Coimbra – faculdade de letras – e que mereceram por parte do júri menção honrosa. E a propósito, aquele poema que vos apresentei no inicio e que falava da lua, mereceu no mesmo concurso a designação de “o poema mais original”.

Fiquem ansiosos. E Casimiros.

30.10.07

comboios do desespero

comboio que chega e que parte,
parecem formigas que correm,
em busca das poucas migalhas
que a labuta lhes vai dar;
e em busca do que merece
a formiguinha padece
e os canalhas
pançudos, arrogantes
deste pais que apodrece
aproveitam a formiga
que na labuta diária
com essa pequena migalha
lhes vai encher a barriga.
comboio que chega e que parte,
chega o fim de mais um dia,
regressa a formiga a casa
com essa pequena migalha
para alimentar a familia;
deita-se para dormir,
e depois de uma noite vazia
mais um dia que amanhece
sempre em constante agonia.
comboio que chega e que parte,
e lá vai a formiguinha
com a pequena migalha
para lhes encher a barriga,
mas sempre com a sua vazia.
comboios chegam e partem,
na sua labuta diaria;
e a formiguinha envelhece.

l.f.l. poemas do fundo da gaveta

M A R vivo

REVELAÇÃO


Do desmaio das flores
À agressão dos cactos

À surdez das chuvas de Verão
No pólen
Dos olhos

Ser plâncton devorando
Baleias

Desérticas
Contradições
Cheias

De mel nosso
As flores dos cactos

MAR

M A R vivo

VECTOR


Saem do vector os passos
que vão vêm e voltam sem nunca serem vistos tergiversando
Euclides e as paralelas as partes
vitais da verdade e o visgo
que nos prende ao pré estabelecido.

Outro espaço outra lógica e compreensão
outra vida menos atrevida que a primeira e
no entanto a compensação duma profundidade
onde o regato escava as suas margens
onde os frutos da desova aquecem sobre as areias
onde os predadores se julgam no éden estomacal ou
perto disso.

Há vícios e glórias e abatimentos e frustrações e capitulações
e há tudo o que a terra pode dar arada pelo homem.
Há verdes de enxofre matérias sazonais e imaginações pérfidas
Há quase tudo prometido para a construção:
os tijolos e as almas a massa os projectos
fundações e fundamentos as telhas que nos veem pela telha.

E as alturas propicias: o biorritmo teu indica-te a primavera
esse teu fala-te no outono a ti move-te a chuva os
sonhos principais vêem-te principalmente nos dias indefinidos
A grande vontade desperta com o cheiro do mar inalado da falésia
a noite ou o dia e a lua os sortilégios do amor
talvez o destino da continuidade a humildade do devir
A mais bela planta pisada não se sabe porquê
E sem maldade
a vitória plácida do futuro vai-nos mostrando o branco no preto
no cinzento do cérebro.


MAR

29.10.07

politicos

noite negra como breu
aves que passam, esvoçam
como fantasmas, esvoaçam
dou um salto,
será que são mesmo fantasmas;
fico em sobressalto.
sou tomado de assalto
por um medo interior
que de negro só tem dôr.
aves que passam, esvoaçam,
esvoaçam mais do que passam;
predadores, necrófagos,
ou simples actores;
esvoaçam dentro de nós,
devoram-nos os interiores,
devoram-nos a alma sem dó nem piedade,
com calma.
aves negras que já não passam,
só esvoaçam.
neste pais que é o meu,
mergulhado neste breu;
fascistas, chupistas, vilôes,
politicos de merda, corja de aldrabôes.
aves que já não passam, nem esvoaçam,
limitam-se a debicar,
as entranhas deste povo
que não vê nada de novo.
noite negra, quando acabas?

l.f.l. poemas do fundo da gaveta

M A R vivo

Capitulo 5º VENÇA A VENTURA DO AMOR


POEMA

A especial brevidade
A eclosão
Da divina natividade;
E o especial esperanto
Que sintoniza as ilhas
P’lo enlouquecer das vagas


MAR

M A R vivo

JORNADA

Sempre que alargo as narinas
Para o ar prenhe das noites de Verão,
Embriago-me de nostalgia
E penso no então.
Parece que nem tudo é bom,
Nem tudo é mau.
São pensamentos, lembranças
De amor,
De liberdade
Do ar e do sol e de tudo
O que dá significado à vida.
Quisera voltar, mas não…
Como posso ver, o cheiro é o mesmo,
Tudo pode ser o mesmo,
Sem o ser.
É como caminharmos no barco que nos leva .
Vale mais que esperar
E não encontrar coisas novas.

M A R

A culpa morre sempre solteira

Artigo 10.º
Irresponsabilidade

Os Deputados não respondem civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que emitirem no exercício das suas funções e por causa delas.

Artigo 11.º
Inviolabilidade

1 - Nenhum Deputado pode ser detido ou preso sem autorização da Assembleia, salvo por crime doloso a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a três anos e em flagrante delito.

2 - Os Deputados não podem ser ouvidos como declarantes nem como arguidos sem autorização da Assembleia, sendo obrigatória a decisão de autorização, no segundo caso, quando houver fortes indícios de prática de crime doloso a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a 3 anos.

3 - Movido procedimento criminal contra um Deputado e acusado este definitivamente, a Assembleia decide, no prazo fixado no Regimento, se o Deputado deve ou não ser suspenso para efeito do seguimento do processo, nos termos seguintes:

a) A suspensão é obrigatória quando se tratar de crime do tipo referido no n.º 1;
b) A Assembleia pode limitar a suspensão do Deputado ao tempo que considerar mais adequado, segundo as circunstâncias, ao exercício do mandato e ao andamento do processo criminal.

4 - A acusação torna-se definitiva, acarretando prosseguimento dos autos até à audiência de julgamento:

a) Quando, havendo lugar a intervenção do juiz de instrução, este confirme a acusação do Ministério Público e a decisão não seja impugnada, ou, tendo havido recurso, seja mantida pelo tribunal superior;
b) Após o trânsito em julgado da decisão de pronúncia, por factos diversos dos da acusação do Ministério Público;
c) Não havendo lugar a instrução, após o saneamento do processo pelo juiz da audiência de julgamento;
d) Em caso de processo sumaríssimo, após o requerimento do Ministério Público para aplicação de sanção.
5 - O pedido de autorização a que se referem os números anteriores é apresentado pelo juiz competente em documento dirigido ao Presidente da Assembleia da República e não caduca com o fim da legislatura, se o Deputado for eleito para novo mandato.

6 - As decisões a que se refere o presente artigo são tomadas pelo Plenário, precedendo audição do Deputado e parecer da comissão competente.

7 - O prazo de prescrição do procedimento criminal suspende-se a partir da entrada, na Assembleia da República, do pedido de autorização formulado pelo juiz competente, nos termos e para os efeitos decorrentes da alínea a) do n.º 1 do artigo 120.º do Código Penal, mantendo-se a suspensão daquele prazo caso a Assembleia delibere pelo não levantamento da imunidade e enquanto ao visado assistir tal prerrogativa

M A R vivo

NOVA FERIDA


Qual, mais do que quem
se permitirá uma coisa dessas?

Será assim? E ele, calculista e frio
despoletará sobre nós a bomba de
seus vazios e frustrações?

Quem, mais do que qual
será o obreiro do apaziguamento?

O domador arriscando dos fantasmas
alheios, nós todos, unanimemente,
chamados à pedra.

Quantos, mais do que quais
seremos preciosos para respeitar a vida?

E quais, mais do que quantos
terão precisão de conhecer o amor

por engaste?


MAR

26.10.07

M A R vivo

IDA

Soprou-te outro vento, vela fingida.
Soprou-te por trás, reflexo
De miragem que não largo
Por querer ir.
Sou ainda o mesmo;
Por ti, petrificar-me-ia
Até à hora do juízo final.
Por ti, reflexo de miragem,
Vejo loucas as estrelas
Sempre que me afundo em mim próprio,
Na minha solidão.
Que ventos te sopraram, luz de vela?
Que brancura ou transparência te fundiram com o nada?
Quisera ir…
Agora não sei,
Já não sei nada.

Vai, vai vela branca ou luz de vela,
Folha morta ou folha viva
Não vou mais chorar por ti
Sou a força do mar,
A seiva da árvore,
A corrente de ar
Sou eu…


MAR

M A R vivo

CAPITULO 4º LIBERTAI


Despe-te flor
Deixa-me te ver como concebeu o criador
Mostra-te a lisura do veludo a candura
do aroma
a táctil sensação
do fogo reflectido por ti
Do sol
Sim nua flor te quero ver
para resistir a ter-te
e ver-te definhar

MAR

25.10.07

M A R vivo

CAPITULO 3º …A CHAMA



MODIFICAÇÃO


Suporte malvado
Espetado e alado
Somítico pedaço artificial
Anti-origens cabeçudo
Amnésico chafurdante
Do fruto ousado
Que nos custa a pressentir.

Tiques e truques
Vindos dos pântanos
Por onde entramos
Enlouquecem-nos a vida
Fustigantes furacões
Nós cegos
Destruindo

Anjos inflamados
Inflamaram anjos
Inflamados foram
Demónios por demónios
Ao contrário
Do que se poderia ter querido
E agora havemos de nos estar a destruir por causa disso?

MAR

24.10.07

M A R vivo

IRMÃOS

Estava a voar, sozinho, numa manhã de orvalho
E ouvi os sinos no país distante.
Do cimo dos prédios vi, estava só,
Os prantos caindo pelas paredes
Destruindo os cristais sobre a relva rejuvenescida.
Alguém me avisa, um pássaro,
Para descer ao chão, guardar as asas,
Tinha acabado a Primavera.

Nessa noite cismei, a olhar para o calendário
Igual a sempre, não se mudou.
Guardei as asinhas na arca de madeira
Desiludido.

Mas, inocente, em água tornado, derramada
Para acolher os seres acossados com a ausência do Estio
Descobri nessa praia, desse lago,
A força que nos impele ainda contra o frio.

M A R

M A R vivo

POENTE DE FOGO E TREVA


Senti que tudo se tinha deixado amolecer.
O Bicho Sono atacou as casas alvas;
Ricos carpinteiros ajudaram na tarefa.
(Na enseada as velas dos barcos já choram a despedida)
O profeta já beijou o chão
Na cerimónia vestiram-se azuis.

Do poente, no mar
Cinzento,
Se viu que o fim estava próximo.
Os ricos desfazem as camas de seda.
No pó os lençóis são sempre de pó
E de lava ardente
Os cobertores.


M A R

23.10.07

Tipo Porreiro

- Tou?
- Tou? è pá tás bom?
- E então tudo bem? diz lá
- preciso que me faças um favor.
- na boa, diz lá!
- preciso que vás votar.
- não posso pá, não tenho as cotas em dia.
- tens pois, não te preocupes.
- de certeza?
- á confiança, olha, votas na lista A e no Luis Felipe Menezes.
- tá bem, levo o cartão de eleitor ou quê?
- leva só o B.I.
- O.K.
- Tou a contar contigo pá, isto é importante.
- O.K. fica bem

M A R vivo

FERIDA

É certo como plantas em casa
Só serve para se pensar nisso
E nos chatearmos
É calcanhares a quilos
De distância da tonelada
Que a vida é doce. Tenros
Corpo e olhos ingénuos
Alma pomba doce
Como nos fere vivermos
Neste campo de caça a céu aberto

Como nos fere…


M A R

22.10.07

M A R vivo

Há alguma coisa mais triste do que perguntar se há alguma terra onde as pessoas nasçam todas mortas? Existe naturalidade nisso, tanta quanto existe no achar-se natural o azedo eterno das laranjas? E ser-se um desses natimortos, um vegetativo, uma célula da estrutura orgânica que liga e ajuda a articular os ossos de uma ilusão apodrecida?

Um dia um espelho, talvez um charco, reflecte-nos como títeres dançantes e espaventamo-nos de drástica satisfação. Fica-nos a miragem duma profundidade para lá da banalidade arriscada da focinheira, sem nos determos o olhar no resto, no que está atrás de nós, no que nos emprestaram para a posse. Não vimos nos espaços vagos a sujidade branqueada dos dentes gigantes que já lá estavam a rir-se de nós. E nos interstícios os podres, visíveis se não fosse da nossa invisualidade que tal boca se alimenta. Condição caínha, topamos por vezes o cheiro. Pestilento, consideraríamos se na nossa redoma da Frigidez Inata não tivéssemos uma abjecta, viciada, forçosamente não denominável atmosfera; pestilenta a consideraríamos se, logo aposto ao próprio acto da concepção não nos tivessem instilado no colo esconjuro o veneno apropriado que nos acompanha na nossa fruste saída, que jorra sangue placenta, aos baldões connosco, rissoizinhos acabados de fritar.

Boas asas, das que, já prevenidas, trazem nos cílios delicados de suas penas, as imprescindíveis gotículas de oxigénio, vão por vezes passando e privando no seu honrado marasmo alguns dos defuntos que, mais afortunados, têm o prazer de sentir o seu enterro rolar por outros asfaltos; e alguns mesmo, da desdita de serem reanimados da sua mortal letargia por um qualquer desses lapsos de que a vida ou a sua congénere de situação são capazes mesmo sem quererem, está visto.

E é por vezes destas turbulentas salgalhadas, destes entras-e-sais, destes renascimentos e novos-zombies, que o saco se revolve, e deixa escorrer alguma peçonha pelos orifícios de supetão abertos. E lá está: queixas dos vizinhos chegam, por estridências de papa-merdas, deturpadas e logo rotuladas de ofensivas e bem-cheirosas, pese embora o virem por vezes atafulhadas do mesmo substrato malcheiroso que pretendem atingir. Mas quando, por exemplo, uma insuspeitada fragrância de rosa consegue, na sua virgindade de raio arremessado, pelos interstícios atingir o coração da cloaca, então gera-se um caos inaudito: os mortos mais mortos ou matam-se ou encomendam nova sepultura, isto enquanto não conseguem, como é óbvio, o passaporte interino para os abrigos de merda-até-à-raiz-dos-cabelos. Uns mortos menos mortos atiram-se dos primeiros andares ou dos telhados para as piscinas de salvação. Outro ficam pelas varandas onde puderam instalar as suas anticépticas comodidades e fossam como se fosse o dia do Primeiro Juízo. Claro que a Rosa sucumbe ao fim de um nada, tão expedito é o sistema de defesa de tal particular autarquia. Mas ainda assim fez com que acontecesse o que já vários cientistas de fora haviam calculado que viesse a acontecer: o progressivo aumento das camadas pestíferas e o seu aumento em profundidade. Sem querer saber se lhes interessava ou não, e nisso tinham razão porque eram mortos, os ditos estavam na eminência de activar o mais horroroso processo anti-ecológico e até mesmo anti-social, porque não restavam dúvidas: se o precário equilíbrio interno do balão estafermo fosse abalado mais meia dúzia de vezes por brisas adversas vindas do exterior corria-se o risco de um raio de merda atingir os antípodas da achatice. E então sim: teríamos o caldo entornado.
M A R

19.10.07

O amor ...

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...


Fernando Pessoa

MARROQUINO

Há quanto tempo não observas a tua caixa de correio electrónico?
Cerejeira:
Há quanto tempo não observas a tua caixa de correio electrónico?

M A R vivo

Capitulo 2º A TEIA…


A VEDAÇÃO

Já não se pode esquecer sem ter de se lembrar para sempre
A lei é feita dentro da lei já feita, sobre esta
Com químico.
Os monges deitam-nos com cuidado na sala de operações
Afagam-nos os cabelos e magnetizam-nos as pálpebras
Que se cerram.
Nasce-nos a noite e os sonhos
E os chicotes para não nos esquecermos
Estalam-nos dentro dos ouvidos.
Quando acordamos pensamos que já não estamos acorrentados
E levantamo-nos mais ou menos bem dispostos.
Mais tarde, quando nos aventuramos no bosque recém-nascido
Ferimo-nos, surpresos, na cerca electrificada.
E a chorar, de dor, damos meia volta, caídos Para nos encostarmos, conformados, ás paredes das Ruínas.


M A R




M A R vivo

CONFISSÃO


Ó espiritual rio, ó espirituais margens…
Ó (há muito) recessos belos, agora depravados
Ó sublimes catedrais da natura arte
Que vos aconteceu irmãos mártires?


Eu sou o homem,
O degenerado.
A cepa que se transviou e tornou

No Vinho das Eras.

M A R

18.10.07

M A R vivo

CABALA


Na tradição quente, talvez lua talvez sol
As estrelas só esperam por nós muito tarde
E é provável que ninguém surja para rebater
As opiniões divergentes de forma construtiva, por isso
Não há mais do que nada no nosso desejo
De rastejantes da superfície do que
Rastejar à superficie

M A R

M A R vivo

Capitulo 1º

Apresentação prematura


Perturbação dos ovários. Prescrição medicamentosa venenosa. Ventosas suburbanas recolhem o espólio e a cidade é negra e os ventos torpes demais para ar: quentes e gélidos. As locas. E a lia agarrada aos ferros das sarjetas corroídas de ferrugem semi-orgânica pútrida condição nojo de merda.

Crimes perpassados de cremes de esgotos, febres amarelas mongolóides em série agarrados ás lianas stailess steel da jungle comcritica. Palhaçadas maquiavélicos palcos.

Verduras e aborígenes rompem da boca sonhadora de um ultimo sapo a devorar pela cloaca. Ria alheio ao seu destino ainda néscio de ter medo. De devedor à cova. Não vou e não fui mas é uma porra, já lá está. Já caiu o elo perdido.

Os ananases é que não. Não pode ser, os ananases que têm tanto ferrinho temos de os espremer até o ferro sair já industriável para as pontes e para as peidas e pescoços e mamas e cu e tudo.

Faz-se grande música ambulante rolando grandes bidões de óleo cheios ou vazios sobre superfícies de diferentes consistências e materiais. Vias planejadas para este estético fim que era mesmo o fim mesmo que ao fim não chegasse. Tudo seria porém mais bonito se todos considerassem a ambiguidade dos motivos e motivações artísticos e seus planejamentos, demasiado rígidos para permitirem uma fluência mínima e assim a possibilidade de evolução é nula.

Hierarquicamente consideremos que o super-intendente é o expoente máximo da delinquência do planeta e é também o got que manda mais que os diversos gotitos. Pensa ele. Que foi também quem redigiu o penal código. Mas se formos de cima para baixo consideremos as espécies que se dilaceram e suicidam nos zoos por não resistirem ao cativeiro e a incapacidade de sentirem mais do que a surda nostalgia do velho feto paraíso.

Banha da cobra falsificada.

E a sorte da valorosa história? Onde foi tão mal habituada tão mal impregnada de conceitos balísticos tão cultivada de esporrices proteccionistas tão cheia dessa velha argamassa de catacumbas para escravos. E as politiquices de esterco dão mais tesão que a cenourinha do Bugs Bunny porque o embaixador é de estupor comprou uma puta por uma noite e foi tirar a fotografia para um restaurantezinho discreto. Que mobilidade de esforços que consentâneo terra-a-terra que bem empregadas taças de champanhe electrónico.

Há neve nos espargos duma fotografia qualquer a colorido que me dizem que hoje as redes não vão cair no mar, ainda não fui à costa mas ouço que já não molha e o que cheira sente-se aqui não permite que saiamos de dentro dos nossos improvisados abrigos nas nossas velhas fossas sépticas. Que prazer o de cheirar só a nossa merda, ou a nossa merda ancestral. Que volúpia prolongarmos assim por segundos a nossa existência Zeca.
M A R

17.10.07

M A R vivo

Prólogo

INÉDITO PARA O ZÉ


Sabíamos o céu escuro e
ao azul quase o esquecíamos para
respirar apenas a luz sorver o quente
do único ninho mais certo para nós.
Sim, precisávamos das Asas
para certificar o regresso. Era a rua
sim, porque as estações corriam e a
pirâmide dos anos ia crescendo ao vento e ás intempéries.

E parafraseando o poeta da nossa voz e da nossa música
Ao mais longo beijo que te fez trocar de morada
Tua órbita se pôs em outro certo sol
de germinar os frutos os pedaços de nós
ao mundo.
Seja portanto este pedaço meu a chuva que afofa o teu terreno
O fertilizante de tuas culturas em espera e essa
Mesma esperança que fez o céu rasgar, clarear
E existir.


M A R

M A R vivo

E como, por vezes, o prometido é devido cá estou a cumprir o devido prometido.

Antes gostaria de vos dizer que a dita obra tem um curtíssimo prólogo de forma poética. Prólogo este que muito me sensibiliza. Quem nos conhecer perceberá porquê. Quem não nos conhece não vai perceber. Lamento, mas não há nada a fazer.

É composta por cinco curtos capítulos, que vos serão apresentados ao longo de não faço ideia quanto tempo.

Antes ainda gostaria de vos deixar uma pequena pérola para estimular o apetite. Esta não tem nada a ver com o “Novo livro do’estruídor.

Eis:

Há dias

a lua convidou-me

para dormir com ela.


Corei

quando despiu

a camisa de noite prateada.

MAR

16.10.07

ADRIANO

há sempre alguem que resiste,
há sempre alguem que diz não.

M A R vivo

Já que o indivíduo não se resolve, resolvo eu por ele. A partir de amanhã, se a sanidade se mantiver, publico aos bochechos a obra do gajo intitulada “Novo livro do s’truídor”. Um escrito elaborado nos idos anos oitenta mais ou menos, nem ele sabe muito bem. Já agora, pedia ao gajo que gere o negócio “Poemas do M.A.R.” que fosse incluindo lá a referida obra, se assim o entender. Divirtam-se e sejam Casimiros. Sempre.

12.10.07

QUE DIA É HOJE????

É Sexta-feira !!!!!!!


Pensamento do dia.

Todo o vinho caminha para o vinagre, há que bebê-lo.

11.10.07

O reflexo é o que realmente vemos ou aquilo em que acreditamos que vemos...

(foto by Filter)



Nem sempre o que parece é...
Nem sempre encontramos do outro lado aquilo que queríamos...


boa viagem


Não sei quem escreveu... mas está fantástico!!!

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.

"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa."


E de falarem descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde
A alma irmãs
Primos-entre-si.


E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.


Escandalizaram os ortodoxos
das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.


Romperam convenções newtonianas
e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.


Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.


E casaram-se e tiveram
uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
se torna monotonia.


Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.


Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.


Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.
Era o Triângulo,
chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.


Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade.
E tudo que era espúrio passou a ser
Moralidade


Como aliás, em qualquer
Sociedade.

9.10.07

Joaninha & António

Joaninha:
A noite promete... e amanhã exame...
António: É verdade... Já te disseram que as tuas sardas são engraçadas?!
Joaninha: ... não... penso que não...
António: Elas são-me familiares...
Joaninha: [silêncio]...
António: Vou acabar por descobrir... Mais uma cerveja?!
Joaninha: No... vou dormir... preciso de passar no exame...
António: Posso acompanhar-te? Moro perto...
Joaninha: Agradeço a tua companhia...
António: Bela sardanisca... dorme bem... e já sabes... "parte uma perna"... depois do exame espero por ti na cantina...
Joaninha: Até amanhã então...


como se fosse Hoje...

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e
sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de
vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes,
a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir
as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem
donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu
adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência
como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em
silêncio escuro de lagoa morta. [...]
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não
descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem
carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na
vida pública em pantomineiros e corruptos, capazes de toda a maldade e
toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde
provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,
escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [...]
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de
quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação
unânime do País. [...]
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela
saca-rolhas;
Dois partidos [...] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes,
[...] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos
nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades
do mesmo zero, e não se moldando e fundindo, apesar disso, pela razão
que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na
mesma sala de jantar..."

Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896.

Pink Floyd - Echoes (Parte 1 e 2)



Overhead the albatross
Hangs motionless upon the air
And deep beneath the rolling waves
In labyrinths of coral caves
An echo of a distant time
Comes willowing across the sand
And everything is green and submarine.

And no one called us to the land
And no one knows the where's or why's.
Something stirs and something tries
Starts to climb toward the light.

Strangers passing in the street
By chance two separate glances meet
And I am you and what I see is me.
And do I take you by the hand
And lead you through the land
And help me understand
The best I can.

And no one called us to the land
And no one crosses there alive.
No one speaks and no one tries
No one flies around the sun....




Almost everyday you fall
Upon my waking eyes,
Inciting and inviting me
To rise.
And through the window in the wall
Come streaming in on sunlight wings
A million bright ambassadors of morning.

And no one sings me lullabyes
And no one makes me close my eyes
So I throw the windows wide
And call to you across the sky....

Museo Guggenheim Bilbao


Uma das atracções principais da minha visita ao país vizinho...
«es muss sein...»

I'm Back...


(Music - No se por que te quiero.. Ana Belen..y Antonio Banderas)


Cheguei de Espanha, mais propriamente, do país Basco, uma das 17 comunidades autónomas de Espanha, situado no norte, junto aos Pirinéus... cidade de Bilbao

8.10.07

The Tubes - White Punks On Dope (live)

A história é do mais simples. O cota tinha um LP de não sei quem lá por casa, a cena ficou no ouvido e ainda hoje curto tótil este som. O gajo parece um paneleirote?? Azar do caralho!

"As apreensões de plantas cannabis dispararam desde o passado mês de Junho, consequência, igualmente, do maior número de denúncias que vão chegando à GNR."

Os bufos no seu melhor. Normal num país de ratos sem qualquer dignidade.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=298404

5.10.07

Democracia de ferro

Espanha é "um país" maravilhoso, em que a liberdade é para todos desde que não se questione essa grande instituição que é o Estado. "Um país" de Super Juízes, de Super Policias, de Reis e sem dúvida de muitos filhos da puta. Enganam-se aqueles que pensam que esta é uma luta apenas do povo Basco. Esta é uma luta pela salvaguarda da identidade dos povos e do indivíduo em oposição aos super-estados que tudo querem controlar. É uma luta que faço como minha.

http://paisbasco.blogspot.com/2007/10/estado-espanhol-tenta-calar.html

http://paisbasco.blogspot.com/2007/10/detenes.html

http://paisbasco.blogspot.com/2007/10/manifestao-contra-priso-de-membros-do.html

http://paisbasco.blogspot.com/


3.10.07

Bom dia.

Boas amigos, e em especial para as mulheres, quero ver o que é que vocês vão inventar agora depois desta EnORme descoberta...

Vou de férias...

Pois... é isso mesmo, vou de férias... já coloquei na mala uma caixinha com saudades do Blog...

...................................Até breve.............................


(Image by Rafal Olbinski)




(Music by Rihanna Feat. Chris Brown & Jay Z Umbrella [Cinderella Remix])


2.10.07

A nossa Selecção...


Algures num e-mail… recebi estas fotos… com as cores da nossa selecção… pensei que… como Alhadas… é uma Vila de Futebol… estas fotos seriam um bom estímulo para o próximo jogo… o difícil foi escolher a melhor… então optei por esta…






… mas depois… vi esta… e também me parece bem…



… ainda indecisa coloco esta… podem sempre comentar sobre a vossa favorita…






Há muitos, muitos anos atrás… na mais
bela Vila de Portugal…
Alhadas…






O Sol brilhava naquela manhã em especial… o
Verão estava a terminar… e as crianças aproveitavam
os últimos dias… em breve começariam as aulas…



Aquele dia tinha sido muito especial… Joaninha
que estava a brincar com o Ruffy… não percebeu
na altura… apenas anos mais tarde…



Já tinha brincado ocasionalmente no seu jardim
com a vizinha que ali se encontrava a passar férias
em casa dos avós… Laura… e sua prima Carlota…




Era dia 13 de Setembro… Laura e Carlota foram
ao encontro de Joaninha… queriam-se despedir dela e
do Ruffy… iam no dia seguinte para Lisboa…
Entretanto surge uma voz no outro lado da sebe…
era António… irmão de Laura…













…Laura… a avó disse que o almoço estava pronto
a ser servido… e que, se não se despacharem… não
almoçam…

Ihihihihihih… pois foi… disse Carlinhos… o irmão de Carlota…












Joaninha… nunca se tinha interessados por rapazes…
Mas António… António… deixou qualquer coisa…

Anos mais tarde Joaninha… descobre o que António deixou…
Quando o reencontro acontece na faculdade… e quando descobrem…
Que algures no passado… se conheceram…





30.9.07

A terra continua redonda

O Paulo Bento diz que os auriculares não melhoraram a vista aos arbitros,
e agora pá? será que já tá melhor?




que rica sereia

28.9.07

porque será?

marques mendes segundo luis filipe menezes tem uma tribo de apoiantes na amazónia.
será que tambem há pigmeus na amazónia?
alguem sabe?

27.9.07

amizade

venho aqui mais uma vez porque alguem me chamou á atenção para alguns comentários feitos sobre a minha entrada no blog.
primeiro quero agradecer ao meu amigo varejeira por me abrir os olhos para certas e determinadas coisas, em conversa e no seu comentário no blog, quero tambem dar um bem aja ao capitão, obrigado pela força. Quanto ao perlim discutimos o assunto sobre aquele comentário infeliz da minha parte, foi um grande mal entendido e como todas as conversas que temos,e são muitas, resolvemos o assunto como bons amigos que somos.
não me podia esquecer de ti amigo ceptocinico, depois de tudo o que falámos sobre o assunto continuas a bater no ceguinho, esquece lá isso, já passou.
moral da história: depois de falar com estas pessoas todas cheguei á conclusão que desistir é para os fracos, se é coisa que eu não sou é fraco, vão ter de continuar a levar comigo.
não me podia esquecer da escumalha que vai aparecendo pelo blog,eles sabem quem são:VÃO PREGAR PARA OUTRA FREGUESIA.

OBRIGADO AMIGOS

23.9.07

Não posso deixar de partilhar esta preciosidade...




No início não se percebe bem quem é... aquele cabelo... aquelas calças... Os sapatos... caso para dizer... "onde é que ele desencantou aqueles sapatos"... E a dança... Ele sabe mexer-se... Finalmente descobrimos que é o Fernando Rocha... mas que bela anedota...

DIVIRTAM-SE!!!

21.9.07

Operação Vira Vinho


Soldados da G.N.R. a comemorar o mega sucesso da operação relâmpago à Tasca da Ti Luísa. O chavalo de costas é o “chulo” dos gajos, que como se pode ver, acabaram de receber o pagamento.

Tasca da Ti Luisa sob Fogo

Então não é que os agentes da autoridade querem fechar a Tasca da Ti Luisa, a 8 maravilha do mundo porque não tem Livro de reclamações?

Então mas se só lá vão amigos da Senhora e da Tasca quem é que vai reclamar?

Tenho andado muito perdido nesta pergunta, e não há forma de me encontrar com a resposta.

isto há cada uma.

20.9.07


E porque alguma cor também é necessária...


(Image by Aníbal Nogueira)



(Music by Gogol Bordello)

Coerência.

Os mesmos gajos que recusaram receber o Dalai Lama (eu tambem não confio em tipos que se andam sempre a rir) são as amelias que andam impacientes para tomar um chá com o robert mugabe.


Os carneiros que se estão a cagar para o segredo de justiça são os mesmos que proibem a divulgação de escutas telefonicas.

Quem anda a fechar centros de saude para poupar verbas pode andar a encomendar mesas ao siza viera para juntar os ministros todos.

19.9.07

E porque não??!!!...

(Foto by Alberto Viana d'Almeida)


...hoje ao caminhar um pouco pela Vila, percebi que "Alhadas" é o meu porto seguro... lá cresceram as minhas raízes... e lá regresso sempre... como é bom regressar a casa... fechar os olhos e sentir cada pormenor...


14.9.07

Alhadas, aos treze de Novembro de 1993

Este texto foi publicado pelo nosso amigo M.A.R. no Ecos do Grupo n.º 10, de Setembro de 1993, pouco depois da inauguração da E.B. 2,3 de Alhadas (então C+S). Apesar da idade avançada, vale bem a pena ler esta magnífica peça.
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Um batalhão de tropas da Guarda Nacional Republicana e um corpo de homens da polícia antimotim da nossa vila, capturaram, pelas treze horas do dia de ontem, em pleno dia portanto, um bando de trinta e seis dos mais perigosos marginais da nossa praça. Em boa hora, aliás. Lembremo-nos do que tem sido este mês e meio de sofrimento, de suspeita, incomodidade e medo, com os nossos filhos expostos às piores atrocidades a que os podem sujeitar esses navalhistas, ladrões e drogados que andam sempre a rondar pela zona da escola. E como sabem que as pessoas sabem que antigamente eram os senhores elegantemente vestidos que vendiam a droga, eles vestem-se todos bardinas, cheios de esterco e piolho para ver se enganam, mas já não enganam ninguém.
Há vários anos que em Alhadas a escalada de terror se tornou inconcebível, senão vejamos: de noite ninguém anda descansado, em cada esquina um qualquer desses bandidos nos dá uma facada nas costas, quando não nos enfiam seringas cheias de sida. O descanso do comum cidadão é impossível com todo o ruído de motos a escape livre, de rallyes e slalons nas ruas principais, provocado por tresloucados assassinos que, no mínimo, matam doze pessoas por dia (por noite, de dia é mais!). As nossas estações de metro são colossais e tenebrosos guetos, conjunto de toda a escória mais reles, mais antisocial,, mais podre que pode existir. Nem em suas casas as pessoas se podem sentir seguras, porque os meliantes arrombam, vigiam, abrem, fecham, sabem os segredos, onde está o dinheiro, o livro de cheques, o vídeo, o microondas e a banheira e... não são raras as violações. De menores, maiores, médios e até famílias inteiras. Estuda-se a hipótese da construção de um grande reformatório para as vítimas destas sevícias.
Nem de noite nem de dia o comércio ou os serviços podem funcionar com a devida segurança. Os pequenos e grandes assaltos são constantes e há já uma mafia organizada que cobra dinheiro aos comerciantes para ficarem protegidos de futuros assaltos. Se recusarem a protecção, já se sabe, eles vão lá e escaqueiram ou saqueiam tudo e ainda fazem como já têm feito: matam as pessoas e cortam-nas aos bocados com facas da cozinha.
Os Correios, Posto Médico, dependências bancárias, Junta de Freguesia, a lavandaria Automat, só funcionam porque estão 24 horas vigiadas cada uma por 17 elementos fixos fardados, várias patrulhas regulares de móveis bélicos e ainda várias dezenas de agentes disfarçados das mais variadas pessoas e coisas, como aquele que teve de se desmascarar quando estava a fazer de árvore e o edil se lembrou que era a altura da poda das árvores dos espaços públicos.
O desemprego da juventude alhadense ronda os trezentos por cento, porque além dos nenhuns que trabalham, existem já os que nunca hão-de trabalhar e os que vão para fora desfazer o que os outros andam a fazer.
Num resumo macabro podemos dizer que, em Alhadas, roubo, prostituição, droga, tráfico em grande escala, violência diária, sangue nas ruas, selvajaria sem explicação, estão na ordem do dia. Não há no mundo lugar mais horroroso, mais perigoso, mais hediondo e desgraçado que esta vila, onde dantes era tudo tão lindo. Agora é só depravação, pouca-vergonha e perdição.
Pais, um conselho: fazei acordo com firmas de segurança para levarem as vossas filhas e filhos nos carros blindados de casa para a escola e da escola para casa (infeliz escola, mais valia que não a tivessem feito!).
Num mundo tão virado para a paz, tão redimido à concórdia e bom entendimento entre os povos; num mundo em que se conseguem já dispensar as tropas das Nações Unidas, aproveitando-os contudo para fazer as queimadas das grandes porções de droga capturada; num mundo onde conseguimos que, por exemplo, agora no Líbano se coma carne seis ou sete vezes por dia, compulsivamente, e se bebam excelentes champanhes franceses para acompanhar lautos manjares de pastéis de nata, arroz de tamboril e vienettas de chocolate; num mundo tão bom, que fez do appartheid uma mágoa do passado, conseguindo que agora brancos e negros, brancos e cor-de-rosa e pretos e bleques se entendam às mil e duas maravilhas; um mundo que tem vindo a melhorar de forma admirável. Despoluído, desarmado, sem assimetrias sociais; um mundo sem fome, sem guerra, sem criminosos, só de gente sã e progressiva. Em Londres, Rio de Janeiro, Los Angeles, Nova Iorque, cidade do México, La Paz, Medelín, as autoridades vêm para casa com indemnizações por não terem nada que fazer. Os que ficam ainda nas esquadras fazem jardinagem nas instalações, pintam as unhas, ministram cursos de Indigência (disciplina que veio substituir a História nos currículos actuais); num mundo destes, como se pode admitir tanta ladroagem, tanto assassino, tanto drogado, tanta destruição?! Somos realmente o covil dos degenerados, o reduto da podridão, o refugo da criação, o cancro galopante da sociedade.
Por este andar acabamos até por contaminar Portugal. E se chega a Lisboa, então nem quero pensar.