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15.11.07

M A R vivo

PREITO

Deu-me uma vontade de lhe abrir
as pernas até rasgar onde já são
abertas, embora pouco. Tão desenhada,
tão moderada naquilo que é
medida certa, é um atentar à força
dos meus braços. A insolência que
sou nu minado de tanta beleza basta!
mais esta incerteza de não tomar
o melhor aspecto o meu maior vigor.
Tenho o seu sorriso sob o alastramento
dos meus pelos, esborracho-lhe o
nariz de encontro, com seios altivos
embora rasos vira-se
contrasta a enormidade que sou
no momento. Pego-lhe nos rins
cavados de ouro de praia, vergo,
desce, não pode mais,
dou por mim na brutidão quase jura
que não. É natural um terramoto
de sonho, assim, tal como quando dei
por ela no café, mas não, perfeita
sempre à mesma, três ângulos de
irrisórios pelos, passo a língua, não
há sulco ou saliência não
prevista, não há nódoa que encontre
e desassombre o riso. Mas é
mulher que tenho a abrir-me as
pernas comummente, e tanto faz como
fez entendo o plural que sou,
eu, outro qualquer, mas quero agora
que se não sou eu a arrebatá-la por
mim aqui sobre ela ninguém mais
será terá o meu lugar, e nisto
arrepanha-se-me a pele de delírio e
sou aos poucos menos eficaz
de força que contive no
impasse da veneração. Por ora
subsiste apenas o seu cheiro de
paris e de folia sujeitado pouco
tempo, que o muito é minha conta só
e basta.

MAR

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