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14.11.07

M A R vivo

FOLHETIM

Era a hora do meu café no Central,
passa-se à rua tal
tem-se a diligência no aspecto do transito,
tipo “vamos caçar pernas, amigo,
peões vermelhos, olha o perigo”,
ou o pragmático “filho da mãe”.
É uma alegoria até chegar ao meu Café,
ou faz de carro que tem,
(na verdade inda nem pagou as prestações).
No meio desses fanfarrões,
à hora tal,
saio e contrato os meus sentidos emigrados.
Está uma sujeira real
no lado de lá da rua
uii um louvor de tão crua,
um raio duma maneira de ser vista e se vestir.
Imediato:
transito na ronha sem vontade d’ir,
os sinais ficam de todas as cores,
pois fiquem meus estupores,
eu é que desato na calçada.
Bamboleava-se a medida do que já eram
medidas certas e em pleno centro lisboeta
de casas obsoletas
era dançar na corda bamba.
A melena era uma frivolidade,
louro platinado ornamental,
de longe fazia lembrar um dedal.
De perto perdi o sangue,
a ruína da véspera, esqueceu que também
tinha raízes e
o toucado não nascia dourado.
Fosse como fosse o resto era bagagem,
e varizes não trazia no milagre sobre que andava
(doze altíssimos centímetros), que vertigem.
Vou agonizar o café que não bebi,
mas vou até onde esta ave vai. Se não voar.
Irracional. O móbil da impudência
eram os trinta e oito ao peito,
sem renunciar a vista aberta.
Afundei-me na linha das costas e
subi a respirar aos ombros,
quase que desci a escadaria aos tombos.
Vou-me distraindo. Se me leva
para a sapataria pincca desmoralizo,
(mesmo assim não êxito em seguir o mesmo piso)
mas não, rematou à perfumaria yves qualquer coisa.
Óptimo. Apraz saber que há ainda quem rescenda,
Talvez venha a oferecer-lhe uma odorosa prenda.
Há por aqui algum café bem forte?
Não, mas há um Café. É um bem forte, por favor.
Meia hora de vigília, é de mais,
deseja mais alguma coisa, meu senhor?
Pois sim, mais um café dos tais,
isto de esperar faz-me um torpor!
Eis que enquanto fumegante a minha
escura bebida, vejo chegar um vistoso
Jaguar e ocupar lugar onde não podia estacionar.
Sou imediatamente arremessado à
discrição de mencionar nomes e aparências,
pois ali estava um sujeito com ar de
grande líder de assuntos de Estado.
Olá…Onde vai meter o nariz este marmanjo?
Que eu vontade não tenho de descurar o
meu anjo perfumado, mas se for em prol
do povo, pois sim, o grande c. entrou na yves
e ao meu sétimo café (que o sétimo céu
renuncio a perder), dirijo-me para lá.
No último golo.


MAR

1 comentário:

Capitão Merda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.