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12.11.07

M A R vivo

Não é verdade que não há longe.
Existe ao menos a morte
para o sossego das armas.
As palavras tornam-se finais
como se a luta se tornasse mágoa.
E restam as lágrimas
as lágrimas fundamentais
as que correm no interior do alento
e o fazem fútil.
Isto não é incompreensível
mas não será a dor
a romper as fronteiras do fim sem regresso.
Ao contrário
a dor, inexplicavelmente,
reconstrói o desejo de uma música soturna
um bailado torcido
num apagado cais qualquer
onde se aportou talvez
o medo.
Pelos mesmos motivos
e também inexplicavelmente
desejamos profundo o negativo
numa procura de olhos
dolorosamente acesos
em que o sofrer se revive
e talvez excite.
E não seremos sozinhos
neste pequeno universo.


MAR

1 comentário:

Maria Strüder disse...

Gostei muito deste mesmo!