Não tinha reparado. Também este poema mereceu no tal concurso de que falei anteriormente uma menção honrosa.
PROCURO-TE
Cruzeiros na noite. Procuro-te ensanguentado.
Onde te encontrarei não interessa.
Só sei que nasci filho das florestas.
Raios da madrugada. Procuro-te na solidão.
Que encontrarei ninguém sabe.
Só sei que tenho a alma fria das giestas.
Luzes da manhã. Procuro-te num buraco fundo.
Quem encontrarei não interessa.
Só sei que fugi à procura dos teus caminhos.
Andorinhas da tarde. Procuro-te em sonhos ensombrados.
Porque te encontrei ninguém sabe.
Só sei que permaneci na solidão do esquecimento.
MAR
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